sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Continuação( capítulo 5)

Estava extremamente sem energias e isso estava atrasando o meu trabalho como artista e principalmente a busca pelo mapa.Eu estava desesperada,não sabia se ligava pra casa para dar notícias aos meus pais ou se deixava para depois,tinha medo que eles me indagassem sobre as obras,sobre a minha vida,sobre o tempo,sobre a minha alegria de estar aqui...Eu confesso que achava estar iniciando um novo começo,saindo da minha vida cheia de sonhos inúteis e vazios,o que eu mais queria aconteceu,me tornei uma artista,reconheceram meu talento,mas me trouxeram a um pesadelo.
 Fui ao quarto,desisti de tomar café,queria pensar,queria pensar um pouco sobre onde a ''velha senhora'' havia escondido o mapa.Passei horas pensando,até que não aguentei e dormi.
 Sonhei,sonhei que estava dentro de um lugar escuro,apavorante,que cheirava muito mal.Tentava achar algo ou alguém mais nada via em pleno breu.Tive medo,medo da morte,medo da dor,medo de tudo...me sentia tão sozinha que uma devastante dor se apossou de mim e não era uma dor comum, era a dor do vazio,da solidão,da desesperança.
Ouvi passos,virava para todos os lados e não conseguia ver e sentir ninguém,estava prestes a gritar de tanto desespero,mas algo me agarrou,me prendeu pelo pescoço e segurando em meus cabelos e sussurrou: 
 - Você é uma intrusa aqui,volte de onde saiu ou as consequências serão drásticas...
Saí correndo pedindo socorro,lava quente caiam em cima de minhas pernas , as fazendo derreter . A dor era inexplicável só a morte curaria a minha angustia,rezava para que Deus tirasse minha vida naquele momento.Quando percebi que já não suportava mais,uma luz surgindo do nada me resgatou e com sorte,pude acordar.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Capítulo 5-O sumiço do mapa dos sonhos

Já estava prestes a desistir de resolver o problema com os estranhos pesadelos,quando achei o diário de Alex e lá além de descrever suas angústias e os medos que tinha da ''velha senhora'' e da casa,disse de uma forma destrutiva que estava preso e precisava de ajuda.Me sentiria horrível se fosse embora e não ajudasse este pobre homem que estava preso desde não sei quanto tempo, no famoso ''Mundo dos sonhos''.Tinha medo de ter o mesmo fim de Alex e com ele ficar preso dentro daquela utopia,onde nada tinha sentido.Decidi então,ficar e tentar entender de vez o que estava acontecendo.
 Sai do quarto,e fui até a sala principal tomar meu café,porém até achar a sala principal fiquei horas vagando,tentando achar a onde o café e os cheirosos bolinhos estavam,pois estava morta de fome.
 Foi ai que me deparei com uma grande porta,e com toda certeza tentei abri-lá,mas sem nenhum sucesso.Neste momento,''a velha senhora'' me encontra nos corredores e me olha com um olhar hostil,um olhar penetrante e maléfico que me fez tremer até ossos que eu pensei que não tinha.Quase morri de susto,ela estava branca e com um ar cadavérico e sem energia alguma,mas com muito esforço,sorriu para mim na esperança de que eu me achegasse em seus braços para abraçá-la,porém não fiz o que ela esperava e ela como consequência fechou a cara e se retirou.
 Depois de apenas dois passos ela se virou e me disse:


-Nunca mais,eu repito,nunca mais tente abrir está porta,entendeu?
-Me desculpe senhora,não foi por mal que fiz isso,estava procurando a sala principal para tomar meu café e me perdi,o único jeito que encontrei foi abrir todas as portas em busca do cheiroso café e dos suculentos bolinhos.Me perdoe senhora,isso não voltará acontecer.Prometo.
-Tudo bem,dessa vez deixarei passar este ato insolente,porque sei que você não conhece bem a casa e precisa se acostumar com as variadas portas e os imensos corredores,se quiser posso lhe mostrar todos os aposentos da casa para que assim você não volte a se enganar,o que acha?
-Claro! Sim, ficaria feliz com isso,iria me ajudar não se enganar mais.
-Exatamente.Não se enganará mais depois deste ''tour'' .


E a ''velha senhora'' se foi.Um frio imenso passava dentro de minhas entranhas,dores em meu corpo iam e voltavam,sem me dar trégua para que eu pudesse iniciar meus trabalhos (não só o da busca do diário) mas começar minhas obras,pois a minha principal inspiração,a primavera,estava terminando e eu não tinha retratado nenhuma árvore em meus quadros.Estava frustrada,mas haviam outros assuntos que me englobavam,como o meu bem-estar que estava extremamente debilitado.(continua...)

sábado, 31 de dezembro de 2011

continuação do quarto capítulo

O sono veio e com ele os pesadelos,haviam vultos ao meu redor e eu estava imóvel em minha cama querendo de todas as formas sair correndo,gritar,pedir ajuda,mas eu não conseguia.Nesse momento um dos vultos jogou em meu rosto o meu lençol e começou a me apertar o pescoço  querendo de todas as formas me sufocar,eu estava desesperada a morte novamente passou em meu olhos e eu não podia fazer nada mais um vez.Foi ai que fechei os olhos e pedi com todas as forças que alguém me tirasse daquela situação,pensei então na estranha criatura de capuz negro que me salvou do mau operário,nesse momento os vultos me libertaram e eu pude acordar.
 Acordei sem folego,suava feito louca,estava mal,respirava com dificuldade e com muito esforço consegui me levantar para ir lavar o rosto no banheiro,me olhei no espelho,e vi as marcas das mãos em meu pescoço,estavam doloridas e muito vermelhas,comecei a chorar compulsivamente e queria ir embora naquele momento,nada mais me importava,nem minhas oportunidades,nem meus sonhos,nada mais fazia sentido pra mim,nada valia mais do que minha vida,e eu estava a colocando em risco.Fui ao quarto para arrumar minhas malas e quando olhei para a estante,o ''diário'' de Alexandre não estava mais lá,alguém tinha pego e eu não podia ir embora sem aquilo,eu precisava terminá-lo pra poder fazer algo pra salvar minha própria vida e a vida de Alex,decidi ficar e procurar o diário. 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Continuação do capítulo 4

Ao chegar a casa,vi que ela realmente não me parecia estranha,ela era igual a casa de meus sonhos,onde tive momentos de horror e medo nas mãos daquele homem tenebroso que me atacou com intenção de me matar friamente.Olhei a velha senhora e ela me penetrou fundo com seu olhar obscuro onde o tempo parecia não passar,sua aparência pareceu ficar mais jovem e eu quando notei estava exausta sem conseguir olhá-la fixamente,estava com a sensação de ter ficado meses sem dormir,sentia meus olhos pesarem e meus ossos enfraquecerem,decidi então deitar-me um pouco afim de dormir para retomar as energias perdidas,só não entendo como passei a me sentir tão exaurida em tão curto espaço de tempo.Tenho certeza que deveria ser a longa viagem,não estava acostumada com percursos tão longos e isso deve ter surgido agora,na chegada em minha nova e estranha morada.
 Cheguei ao quarto e vi que era extremamente grande,com as janelas altas e largas como no sonho,não queria ficar ali,tinha a impressão que a qualquer momento o mau operário apareceria na janela e me mataria de uma forma horrível sem um pingo de compaixão.Sentei na cama e observei todo o resto do quarto,porém eu não conseguia ver tudo ali sentada precisaria explorar olhando cuidadosamente detalhe por detalhe a fim de encontrar uma pista para esse meu pesadelo,foi ai que olhando as gavetas de um magnífico gabinete isolado,achei várias cartas,todas com descrições de pesadelos,um mais horripilante do que o outro,eles faziam parte de um livro negro e seu autor chamava-se Alexandre De La Ferattu.Parecia um nome muito importante,um nome de algum rei ou barão,ele poderia ter sido algum filho da ''jovem'' senhora,mas não quis criar muitas suposições sobre o autor,faria isso depois de ler seu ''diário'' e descobrir alguma saída para esse meu mal que me persegue a partir do momento em que fecho meus olhos.
 Eu o li a noite inteira,meu cansaço me impedia de continuar,mas mesmo assim lutava contra a toda essa exaustão para que assim pudesse tentar entender o que se passava em minha mente,foi ai que Alexandre cita compulsivamente em uma das páginas o lugar chamado ''mundo dos sonhos'' ele dizia que se caísse lá,nunca mais poderia voltar, tinha medo de fechar seus olhos,porque mesmo contra sua vontade seria preso por uma força maior que sempre o fazia a retornar ao misterioso mundo dos sonhos.Na ultima folha Alexandre faz um apelo desesperado: ''ESTOU PERDIDO,TENTO ME ENCONTRAR MAIS NÃO ACHO UMA SAÍDA.ALGUÉM ESTÁ ME OUVINDO?
Foram essas palavras que Alex descreveu e que me assustou mais ao mesmo tempo,me deu coragem o suficiente para ir em frente com essa história.As descrições de sonhos eram diferentes,mas tudo se ligava como um  quebra-cabeça e era necessário achar todas as peças e montá-lo pacientemente,eu só espero que essa paciência não me custe a vida,como custou a do misterioso e angustiante Alexandre.Nesse momento meus olhos já não aguentavam ficar abertos,eu urgentemente precisava dormir....(continua) 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Capítulo 04-A Chegada

Eu confesso que mesmo assustada de estar saindo do meu ''habitat'' natural eu admito que estava feliz .As oportunidades estavam batendo em minha porta,esperando assim que eu abrisse e as deixasse entrar como se fossemos velhas amigas,realmente foi o que fiz,deixei que a aquela velha senhora me tentasse, colocando em minha frente propostas irrecusáveis,e eu as aceitei com toda confiança possível.E se a velha fosse uma traficante? E se fosse uma cafetina em busca de garotas ingenuas como eu para satisfazer os porcos de seu país? Tudo passava em minha cabeça quando estava ao lado da velha senhora.Eu queria lhe fazer perguntas,queria saber o que ela fazia quando era jovem,se ela era feliz e se tudo na vida dela valia a pena.Porém,fiquei sem graça em fazer tantas perguntas a uma pessoa que estava me proporcionando de tudo ,ela ia achar que eu estava agindo feito uma cretina a ''colocando na parede'' ,ia achar que era uma mal agradecida por agir de forma hostil com alguém que me via como uma filha.Então,resolvi calar-me e continuar a viagem em total e absoluto silencio,eu estava a espera de ao menos um comentário sobre algo bobo,como a comida do avião que estava realmente horrível.Mas,sem uma palavra sequer a velha senhora comeu  e abaixou sua cabeça querendo esquecer as pessoas ao seu redor,foi quando que o piloto do avião anunciou nossa chegada á Itália.Eu olhei pela janela e vi paisagens magníficas e cheias de vida,pois na Itália era primavera e as flores estavam extremamente adoráveis.A olhei para fazer um simples comentário sobre a vista e ela sorriu vendo que eu estava encantada,pois meus olhos brilhavam tanto e meu coração palpitava com tanta rapidez que pensei que teria um ''treco''.
 Chegando a magnífica e bela Itália saímos do aeroporto e fomos direto para o carro da velha senhora,um motorista bem engomado e cheio de frescuras nos apanhou e nos levou direto para a mansão.Eu estava tão deslumbrava que aqueles pensamentos errados sobre a senhora desapareceram da minha cabeça,e eu apenas pensava em beleza e como descrevê-la perfeitamente em minhas obras.Parecia até mesmo uma viagem causada pelo uso de LSD,eu nunca tinha provado e nem tinha curiosidade em saber,mais pelo que os viciados diziam e descreviam de suas viagens, aquilo era mais ou menos parecido.O bom é que não era necessário o uso de drogas para se ver e sonhar com aquelas imagens,elas todas passavam em minha frente e eu pudia  senti-las,pegá-las e sentir seu aroma de longe.Era realmente uma vista surreal e eu precisava pintá-las.
  A velha senhora não dizia uma palavra,só me observava com um ar de graça e satisfação em me ver contente e despreocupada.Ela sabia que estava me proporcionando algo que eu nunca poderia ter se eu tivesse dado meus próprios passos sozinha e isso fazia ela acreditar que eu faria de tudo o que fosse possível para agradá-la da mesma forma que ela estava me agradando.
 Chegando na mansão ,vi toda a magnitude do lugar.Era um castelo extremamente majestoso e rústico.Sua cor era um branco cor de gelo e sem uma mancha de tempo sequer estava exposta nas paredes do castelo.Eu não acreditei quando vi,pois um castelo tão antigo e como ela mesmo tinha dito,nem mesmo a pintura era retocada a séculos me intrigou um pouco.Como algo tão milenar poderia estar em tão perfeito estado sem nenhum retoque? Além do mais todo branco e sem manchas de sol,de ventos e de tempestades que castigavam as pessoas naquela região naquela época.Quando me aproximei um pouco mais,vi a escada e seus corrimões.A imagem da imensa escadaria me fez voltar a mente as imagens do estranho sonho.Me lembro de ter visto aquelas escadas,me lembro da cor e da estrutura,eram iguais as que estavam na minha frente.Elas esperavam a minha subida,elas sabiam que não era a minha primeira vez na casa,e esperavam me guiar até o interior do castelo,querendo me proporcionar mais ''surpresas'' que eu realmente não iria gostar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Capítulo 03- A viagem

Era de noite e eu estava preparando minhas malas para a tão esperada mudança á Itália.Confesso que estava nervosa e cheia de histórias na cabeça,estava imaginando como deveria ser a casa,os lugares que iria visitar e as paisagens que iria poder  retratar em meus quadros.Estava ansiosa e pronta para partir a qualquer momento.Porém, sabia que a parte mais difícil seria me despedir da minha família. Eles me apoiaram em tudo em que sempre me dediquei,seria tão difícil olhar nos olhos de minha mãe, de meu pai e de minha irmã e dizer adeus....mais seria isso que teria de fazer,e foi o q fiz.As lágrimas rolavam como se fossem quedas d'água,e eu não conseguia contê-las por mais que tentasse.Sabia que seria difícil os ver de novo,sabia que minha vida mudaria drasticamente daquele dia em diante e eu não poderia mais permanecer em casa,teria de ir e com sorte,construir uma vida nova para que assim pudesse voltar e dar tudo de melhor para minha família.
 Amanheceu e eu parti com o meu coração despedaçado de saudades de casa.Eu precisava entender que era necessário a evolução da alma e do corpo em desapegar dos pais e viver sozinha para se aprender como era o mundo,eu entendia que eles não poderiam viver para sempre,mais enquanto vivessem eu estaria lá,ao lado deles.Mas infelizmente não pude cumprir essa promessa a eles e a mim mesma.Eu estava feliz e ao mesmo tempo perdida,as vozes de insegurança martelavam constantemente em minha cabeça,me dizendo para voltar e desistir de ir junto com aquela senhora.Mas,como poderia fazer isso?Já me decidi, prometi aquela senhora companhia e como pagamento,aprimorar meus dotes artísticos em cursos do exterior e se com sorte ser reconhecida em meu primeiro trabalho.Não poderia largar meus sonhos ao vento por causa de apenas um pressentimento e de vozes que falavam em minha cabeça o tempo todo.Poderia ser algo obscuro,algo que tentava me impedir de crescer na minha carreira,algo que sabia que eu a qualquer momento daria meia volta e retornaria para casa.Mas dessa vez seria diferente,eu não voltaria,seguiria em frente e realizaria os meus sonhos.
  No aeroporto encontrei a velha senhora me esperando na sala de embarque.Ela me olhou como seu eu fosse uma salvação para seus problemas,me pediu com toda delicadeza que eu sentasse direito e com uma boa postura,pois isso era algo que uma artista consagrada faria daquele dia em diante.Eu fiz o que a velha senhora pediu e com isso comecei a sentir a grande sensação de mudança.Por mais que tenha sido apenas pela minha postura que estava incorreta,quando a corrigi percebi que as mudanças aconteciam de dentro para fora.Percebendo isso,me olhou nos olhos e disse:
   - Eu espero que você aproveite a viagem,estou muito feliz que tenha decidido ir comigo.
   - Eu é que tenho q agradecer a senhora,pela oportunidade que está me dando.
   - Ora essa! não poderia ter dado a mesma oportunidade a alguém melhor.
   - Só espero que não se assuste com minha casa,ela é sombria mas é bem aconchegante
   - Como assim sombria? Ela não foi construída com as janelas viradas para o sol? É isso?
   - Sim e não.Falo sombria por causa dos objetos que tenho por lá,eles tem milhares de anos e são meio assustadores porque fizeram parte de castelos do século XVI e muitos são aparelhos de tortura.
   - O que??? Porque a senhora coleciona esse tipo de coisa?
   - Porque fizeram parte da história e eles me chamam atenção pela sua precariedade em suas construções mas são eficazes como aparelhos atuais para provocarem dor
  - Mas pra que a senhora quer provocar dor em alguém?
  - Desculpe perguntar mas,a senhora tem algum distúrbio mental ou algo parecido?
  - Porque se tiver,voltarei agora mesmo para casa,pois não colocarei minha vida em risco.
  - Hahahaha !! minha querida ,eu estou brincando.Foi divertidíssimo ver sua cara de medo.
  -Não ,não tenho nenhum distúrbio mental e eu não tenho objetos de tortura em minha casa.Os objetos que tenho lá são apenas pinturas só isso.Fique tranquila.
  - Há bom! A senhora me assustou falando isso.Por favor senhora,nunca mais brinque assim.
  -Tudo bem querida,não brincarei mais dessa forma.Agora se acalme e aproveite a viagem.
  
A partir daquela brincadeira minhas mãos começaram e suar frio,pois isso muitas vezes pode não ser brincadeira,pode ter sido apenas um teste,e eu não passei.Droga! da próxima vez tentarei me conter e assim descobrir o mistério que a velha senhora guarda á baixo de sete palmos.Por enquanto preciso realmente aproveitar a viagem e tentar acreditar que seja realmente uma brincadeira de mal gosto.Eu espero.... 

sábado, 15 de outubro de 2011

...

Os dias foram passando e eu continuei a sonhar a mesma coisa todos os dias.Porém,algumas situações iam mudando no decorrer dos sonhos,eu me encontrava em outros lugares da casa,como por exemplo o jardim.Era grande e com uma escada que levava até a casa, toda de mármore e pedras brancas.A escada em certo ponto não tinha saída, levava a uma porta lacrada com gesso e em volta haviam diversas ervas daninhas e trepadeiras em seu redor.Haviam vários trabalhadores na casa, sendo um deles o meu opressor no episódio do ataque.Eles estavam construindo algo que eu tentei descobrir mas não consegui,pois acordei quando ia desvendar um dos mistérios.Eu sabia que precisava de ajuda e essa ajuda não era de psicólogo ou psiquiatra algum,era alguém que pudesse me mostrar a saída daquele sonho,me ensinar como eu poderia me defender de algo ou alguém ruim que pudesse me ferir novamente e principalmente,achar o homem que me salvou daquele episódio horrível.Mas infelizmente não sabia a quem recorrer.
 O mais estranho é que depois de tomar consciência de que eu precisava de ajudar em relação aos sonhos,eles cessaram magicamente.Eu honestamente não entendi o porque,já que eram quatro semanas,sonhando a mesma coisa e cada dia com um complemento diferente.Da mesma forma que eu estava feliz com a ''pausa'' eu ficava cada vez mais curiosa em saber mais sobre aquele lugar e sobre os ''porquês'' que matutavam em minha cabeça.Algo dentro de mim,me preparava pra entender que alguma hora,querendo ou não,teria de voltar aquele lugar e resolver algo mal resolvido.
 Perante um tempo,as coisas andavam normalmente em minha vida.Já não tinha insônia,nem mal estar algum.Estava feliz e muito bem resolvida,pois meu primeiro trabalho surgiu.Tinha sido chamada pra colocar minhas obras de arte em uma exposição que ressaltava novos artistas,caso minha obra fosse muito apreciada,poderia ganhar uma exposição apenas minha e várias propostas de trabalho.E foi justamente isso que aconteceu;uma senhora muito rica e pelo que tinha percebido muito solitária,achou meus quadros infinitamente maravilhosos (foi dessa forma mesmo que ela descreveu) e quis comprar todos eles.Eu logicamente,estava saltitando de alegria,como eu poderia imaginar que uma artista tão ''crua'' como eu,tivesse tanta sorte de agradar uma esnobe senhora? E sendo sincera,aquelas nem eram minhas melhores obras.Posso dizer que aqueles eram apenas simples trabalhos de faculdade,pinturas que literalmente não vinham do meu âmago e não demonstravam nada,quando se tratava de sentimento.Mesmo assim ela comprou todas e me fez uma proposta:
 - Querida,seus quadros são espetaculares e emocionantes.O mundo precisa saber disso,precisa ver que uma jovem tão bela e na flor da idade como você,faz obras que traduzem a dor interior de uma forma tão doce e intensa.
 - Muito obrigada senhora ! Eu fico feliz de agradá-la e espero que o mundo saiba da minha arte.Porém pra isso acontecer,terei de me manchar muito de tinta.
 - Não se eu puder ajudar.Sou uma mulher muito rica e solitária,posso pagar a você um curso complementar na Itália.Aprenderá com os mestres da arte e sairá de lá com fama,influencias e dinheiro.O que me diz?
 - Nossa! Eu sinceramente não sei o que dizer.
 - Apenas diga que aceita o me convite.Poderá morar em casa até o término do curso
 - Mas senhora, eu seria uma pessoa horrível se aceitasse o seu convite.Gastaria seu dinheiro todo comigo.
 -São gastos que eu não posso aplicar em nenhum filho meu.Todos eles morreram em um acidente no passado e eu apenas quero uma pupila que eu possa dar tudo que eu não pude dar a eles.Você é talentosa,doce e sensível, é a filha que eu não tive.Por favor me de uma chance de alavancar a sua carreira.
 -Eu entendo a senhora.Perder filhos deve ser algo horrível.Mas ainda não posso dizer de uma forma concreta se irei ou não.Posso ligar para senhora amanhã para dar a resposta?
 - Claro querida.Estarei esperando pela sua ligação,seja qual for sua resposta.
 -Muito obrigada de novo senhora,eu agradeço realmente a atenção e a oportunidade que está me dando.
 -Não precisa agradecer minha querida.Seu talento te trouxe até aqui,só que é preciso agarrar as oportunidades quando elas batem em sua porta.
 - Preciso ir agora meu bem,ainda tenho alguns lugares para ir depois daqui.Até amanhã e pense com carinho na minha proposta,tudo bem?
 - Sim senhora! Pensarei com muito carinho sim.Até mais e tenha uma boa tarde.
 -Você também querida.

Eu estava feliz e radiante com a proposta.Porém algo me dizia que eu não deveria aceitar.Era como se lá no fundo da alma,alguém soubesse que não seria nada agradável a minha estadia na casa daquela senhora.Mas não tinha outra opção,precisava de dinheiro,precisa de novos trabalhos,precisa ''alavancar'' minha carreira,como ela disse.
 Sendo assim,resolvi ir ,mesmo tendo impressões fortíssimas dos riscos que iria correr.Eu só espero que essas tais ''impressões'' não sejam verdadeiras.Espero que seja apenas uma ansiedade e um medo do novo,algo comum pra quem do nada irá se mudar pra outro país.Eu espero...